quarta-feira, 18 de abril de 2012

A difícil arte de tomar uma decisão


       Bom dia, estou no meu segundo post. Agora 11:05 da manhã e vocês podem estar perguntando “Esse cara não tem o que fazer?”, “Não era para estar trabalhando ou estudando?” para as duas respostas eu digo Não, não tenho nada pra fazer e sim, era pra eu estar trabalhando e/ou estudando. Acontece que minha cabeça funciona como um cruzamento entre dezenas de avenidas com semáforos quebrados, ou seja um caos. Informações vindo de lá pra cá a todo instante sem que eu consiga absorvê-las e organizar minhas ideias. Durante o dia eu oscilo de pensamento diversas vezes. Alias durante uma tarefa eu tenho essa capacidade. Penso em diversas coisas, tento fazê-las e acabo não fazendo nada. Isso é uma característica do indivíduo com TDAH. Sim, eu fui diagnosticado portador de um transtorno de defict de atenção e hiperatividade do tipo DESATENTO. Imaginem que eu estou aqui para desenvolver uma aplicação para um determinado site e com isso quero dar conta de redes sociais, e-mails, televisão, estudar etc.... Imagina que para escrever esse post eu já comecei vários de todos os títulos possíveis e não terminei nenhum. É isso, estou fazendo algo e de repente começa a vir outras ideias, outros assuntos,outros temas,outros tudo que sempre me atrapalham na hora de desenvolver qualquer tarefa. Diante disso eu me sinto um lixo. Sou um cara que me considero inteligente, criativo mas tenho a dificuldade de organizar ideias em minha cabeça. A impaciência, impulsividade, ansiedade me fazem ser uma pessoa atrapalhada. Imaginem que vou montar uma casa, ao invés de começar pela estrutura com cimentos, tijolos etc... eu já quero colocar janelas, portas, escolher cores sem a casa está ao menos em pé. Na vida cotidiana isso me atrapalha muito. Na área que eu tento atuar que é tecnologia da informação exitem muitas ramificações e com isso eu acabo gostando de todas, achando que sei todas, e querendo fazer todas sem me especializar em nenhuma. Resultado: DESEMPREGO e sem qualificação específica. Se você bater um papo comigo eu sei falar de muita coisa mas me joga dentro de um departamento de TI de uma empresa e fala “Vai, desenvolve”, eu não dou conta. 
      Essa volta toda, foi para falar que é difícil conviver comigo. ÉÉÈ Pense bem antes de me conhecer e topar esse desafio. Kkkkkkk. Difícil conviver com uma pessoa cheia de sentimentos e momentos distintos onde hoje posso estar planando mas amanha posso estar na lama. Gostaria de falar que também não sou EMO e nem bipolar. Muita calma nessa hora. Preciso me tratar quanto a isso. Estou tentando fazer terapia e tratamento medicamentoso e as vezes sinto que nada adianta e as vezes sinto uma leve melhora que acaba não sendo suficiente pela minha ansiedade e imediatismo. É difícil pois o tempo passa e a vida exige agilidade,rapidez de pensamentos,atitudes e ideias. Não há mais como eu ficar pensando,pensando,pensando ou então agir por impulso e não pensar como aconteceu inúmeras vezes. Seria um alívio se meu problema fosse somente adicção como muita gente que me conhece pensa. Estou sem uso de nenhuma substância à 1 ano e meio então estaria tudo bem. Estaria limpo,formado,trabalhando mas infelizmente meu pacote veio maior. Durante os meus 29 anos eu tive que tomar muitas decisões. Creio que poucas foram acertadas e uma delas foi a de me tratar.
Obrigado meu deus por ainda ter forças para tentar ser uma pessoa melhor.
 

6 comentários:

  1. Cara, não se sinta sozinho. Eu tenho 51 anos e sei exatamente o que vc está falando e sentindo. Minha vida inteira foi assim. Consegui excelentes empregos, converso muito bem, sou uma pessoa envolvente, simpático, os chefes e superiores tinham as melhores expectativas a meu respeito e aí vinha o desastre; um início promissor, daí a pouco a desmotivação, o desinteresse, interessava-me por outras coisas e pronto, perdia o emprego.
    Trate-se, amigo; é o melhor caminho, ou o único. Você ainda é novo e pode construir uma vida linda.
    Boa sorte!
    Um abraço
    Alexandre

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    1. Muito, Obrigado. Achei que ninguém ia se interessar por esse blog e parei de postar mas vou continuar. Abraços

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  2. ...interessante. Também fui diagnosticada, aliás, sexta-feira passada. TDA do tipo predominantemente desatenta, sem hiperatividade. Pesquisando sobre o assunto, parei aqui. Sim, me identifiquei bastante. Tenho um ritmo lento e sinto-me sobrecarregada, mesmo que só tenha uma coisa para fazer no dia - vou atrasando e pensando nas outras coisas que poderia ou deveria estar fazendo, nas obrigações do mês que vem, mas só penso e penso e o mundo passa lá fora, sinto-me perdida. Dificuldades em fazer amizades, pois ninguem tem interesse em conversar com quem não ouve! E não rola feedback mesmo! Como se só pudesse conversar comigo mesma, internamente... e muito mal, porque eu nem mesmo concluo bem um pensamento, já estou em outro. Tenho muitos interesses e nenhum aprofundamento sincero: música, fotografia, artes em geral, palavras... de tudo sei um pouco, mas não sou perita em nada. Desde que nasci me sinto um peixinho fora d`agua. E trago em minha tez muitos troféus: fracassos acumulados ao longo do tempo. Sou uma menina desastrada e sonhadora, aos 27 anos - e não uma mulher.

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  3. oi amigo tb tenho thda tb criei um blog, tenho inumeras ideias e gostaria de conversar com vc me add vanessalacau2011@hotmail.com

    abraços

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  4. Gostaríamos de convidá-lo (a) para o primeiro Ciclo de Palestras que será dirigido pela médica psiquiatra e escritora Dra Ana Beatriz Barbosa Silva que vai discutir temas atuais sobre o comportamento humano, entre eles o tdha, a hiperatividade e a desatenção.


    A médica psiquiatra é referência nacional no tratamento de transtornos mentais e será protagonista de um grande evento voltado para o comportamento humano, no próximo dia 28/09, no Club Homs em São Paulo (capital).


    Mais informações: (11) 3791-9599 de segunda a sexta das 09:30 as 12: 30 e das 13:30 as 18:30 ou www.cpalestras.com.br





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  5. Amigo, nem preciso ser diagnosticado. Meu caso é o mesmo. Agora tenho quase 40 anos de idade, sem formação acadêmica,sem emprego fixo, sem a confiança da mulher que amo e que está grávida. Nem vou me aprofundar mais por que é bem mais complicado que isso. Encontrei seu texto quando sentia muito sozinho e diante de uma decisão muito difícil: se não tenho perspectiva de melhora, o mais certo não seria me afastar das pessoas para não magoa-las? Fiz isso a vida toda e não adiantou. Mas então o que fazer? É muito perturbador saber que não serei capaz de ser um bom pai e um companheiro digno dessa mulher. Assim, a realidade é apenas um pesadelo sem fim. Seguiremos por que não tem outro jeito. Mas quando será que acaba esse sofrimento? Ninguém pode ajudar, sabemos. Temos que conviver com isso. Rezo pra que minha cria herde o espirito prático, objetivo e determinado da mãe. Obrigado pelo espaço.

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Fortaleza, Ceará, Brazil
Uma pessoa que não para de sonhar com a cabeça que parece um carrossel de parquinho em busca da felicidade. Só isso, nada mais.